Por Sérgio Gabriel
Hoje decidi escrever sobre "tolerância". A idéia surge a partir da análise do que foi essa primeira fase da Copa do Mundo, pois parei para me perguntar justamente "o que podemos aprender com a Copa do Mundo de 2010?". Se contextualizarmos a copa do ponto de vista histórico, temos uma grande curiosidade - trata-se da reunião de 32 países que já estiveram em guerra em algum momento da história, só para exemplificar: Inglaterra e França protagonizaram a Guerra dos 100 anos; a Alemanha protagonizou as duas Guerras Mundiais e esteve em conflito com vários países participantes da Copa, inclusive o Brasil. O Paraguai entrou em conflito com Brasil, Argentina e Uruguai na chamada Guerra do Paraguai. Os países do Leste Europeu participaram da chamada Guerra Fria. A Coréia do Norte está em conflito com o resto do mundo e em especial com a Coréia do Sul que também está na Copa, e assim vai. Mas tudo isto nos remete a ver o significado da palavra tolerância, pois só a tolerância poderia ter essa magia de manter "diferenças" em um mesmo lugar, em uma mesma competição, torcedores dividindo o mesmo espaço físico em um grande exemplo deconfraternização mundial. Tolerância - do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo. Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária face a valores diferentes daquelesadotados pelo grupo de pertença original (Wikipédia, 2010). Pensando nisso, já está mais do que na hora das pessoas pararem e pensarem que precisamos ser mais tolerantes. Veja, só para citar um exemplo,Corinthianos e Palmeirenses alimentam uma rivalidade tão desnecessária, pois são mais semelhantes do que imaginam. Vou citar apenas algumascoincidências para nossa análise: na década de 80 foram os dois grandes clubes paulistas a visitar a segunda divisão do futebol brasileiro (Taça de Prata) e voltaram na década de 2000; são os dois grandes clubes paulistas a amargar grande jejum de títulos (Corinthians - 22 anos e Palmeiras - 16 anos); são dois grandes clubes pouco conhecidos emâmbito internacional - ambos possuem apenas 1 título; os dois nasceram de colônias européias e muito próximos (Corinthians origina da Inglaterra e nasce em 1910 e o Palmeiras origina da Itália e nasce em 1913); ambos tiveram a sua primeira vitória no clássico contra o rival por 3X0 (1917 e 1919); os dois possuem suas respectivas casas denominadas "Parque". Veja que tudo isso é só uma ilustração para mostrar que os diferentes são mais iguais do que imaginam e que por isso, praticar a tolerância é possível. Não se justifica mais em 2010 as pessoas promoverem atritos por mera diferença de opiniões, por possuírem religiões distintas, por possuírem sexos distintos, por serem de raças distintas, por possuírem opção sexual distinta, por torcerem por agremiações distintas, por possuírem preferências políticas distintas, por possuírem condição econômica distinta, enfim, o espirituoso GeraldoVandré já dizia que "Somos todos iguais, braços dados ou não, nas escolas nas ruas, campos construções, caminhando e cantando e seguindo a canção". Então vamos assumir a bandeira da tolerância, aquela que está acima de todas as outras, de tudo aquilo que entendemos como certo e respeitar o próximo com as suas opiniões e escolhas diferentes, porque acima de tudo, somos todos iguais e sem tolerância jamais haverá a plena liberdade!
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